sábado, 31 de dezembro de 2011

SAT SANGA ESPECIAL ANO NOVO - "O valor da aceitação"





Um novo ano aproxima-se a passos largos. Esta é uma boa altura para fazermos uma retrospectiva do ano que está a acabar mas também para pensarmos naquilo que queremos fazer no próximo ano. Que projectos queremos desenvolver, que objectivos pretendemos alcançar, que estilo de vida queremos abraçar, que comportamentos devemos melhorar em relação aos demais, etc.

Acabamos o ano com a cabeça cheia de notícias que nos alertam que o próximo ano vai ser muito difícil. E facilmente somos influenciados por estes maus agoiros, se a nossa mente não for suficientemente forte e imune. 

Sabemos que não temos (por muito que queiramos) a capacidade para mudar o mundo, para mudar as pessoas e seus comportamentos. É uma tarefa inglória tentar mudar uma pessoa (apenas uma!) que não quer mudar :) 
Podemos passar a vida inteira a tentar mudar os outros, julgando-os, criticando-os, desenvolvendo na nossa mente gostos e aversões em relação a tudo. O resultado disto é uma mente agitada, perturbada, revoltada, stressada... Mas o stress, ao contrário do que podemos pensar, não se deve a situações difíceis ou a problemas que temos de enfrentar na vida, mas sim à resistência mental que criamos perante tais situações. 

O problema é a resistência mental. E qual a solução? Aceitação. Assim, podemos não conseguir mudar os outros mas temos a capacidade para mudar a nossa atitude perante os demais. Temos a capacidade para escolher como queremos encarar o mundo, como queremos lidar com as situações difíceis da vida.

O valor da aceitação é um valor fundamental que todos devemos assimilar e praticar, caso queiramos viver uma vida tranquila e pacífica. Sem isto, a vida é toda ela um enorme problema.


Sendo assim, pensei que este seria um bom tema para um Sat Sanga Especial de Ano Novo. O Sat Sanga acontecerá no Cey - Centro de Estudos de Yoga, situado na Parede (www.yogacey.com), no dia 6 de Janeiro, sexta-feira, das 21h às 22h. 


Neste Sat Sanga abordaremos os seguintes temas:

. O problema da resistência mental perante situações difíceis.
. As consequências adversas da resistência mental.
. Todos os problemas que temos resumem-se a um único problema: o da não-aceitação.
. Como fortalecer a mente?
. O valor da aceitação.
. A meditação de aceitação.


O Sat Sanga é de entrada livre. Qualquer pessoa é bem-vinda e não precisa de pagar nada.

Esperamos contar com a vossa presença.


Aproveitamos para desejar a todos um Excelente Ano de 2012 com tudo de bom!

terça-feira, 20 de dezembro de 2011

O HATHA YOGA


Este texto é a continuação do texto intitulado Os Métodos Tradicionais de Yoga


Hoje em dia a maior parte dos métodos de Yoga que se praticam em Portugal e, em geral no ocidente, são uma forma de Haṭha Yoga. O Haṭha Yoga começou a ser bastante desenvolvido a partir do séc. IX, apesar das formas hoje conhecidas de Haṭha Yoga poderem ser muito diferentes das práticas de então.

        Os haṭha yogis trabalham o seu corpo físico, a energia que anima esse corpo (prāṇa) e a mente, com o objectivo de os conhecer profundamente, purificá-los e alinhá-los. A prática e o estudo do Haṭha Yoga vão desde a ética e o cultivo de valores universais e fundamentais (como a não-violência, a verdade, a não-possessividade, aceitação, etc.) até às técnicas mais contemplativas de meditação.







Desenganem-se portanto, aqueles que pensam que Haṭha Yoga é apenas uma prática física. Aliás, os tratados mais conhecidos e antigos de Haṭha Yoga (Haṭha Yoga Pradīpikā, Gheraṇḍa Saṃhitā e Śiva Saṃhitā) dão um foco muito maior às técnicas mais subtis do Yoga, como a meditação, e ao ensinamento, do que propriamente às posturas do corpo. As posturas servem sobretudo como alicerce, conferindo ao praticante saúde e estabilidade corporal para as outras práticas.

É importante deixar bem claro que, segundo a tradição védica, o Haṭha Yoga não traz o conhecimento de ātmā (do Eu) e por extensão não traz a libertação (mokṣa). Esse é o papel de Vedānta ou Jñāna Yoga. Podemos sim, considerar o Haṭha Yoga como uma forma de Upāsana, no sentido em que nos ajuda a integrar e alinhar o corpo, respiração e mente, preparando-nos para o ensinamento.

Ao longo desta vida e, segundo a tradição do Yoga, ao longo das várias vidas passadas que tivemos, fomos coleccionando condicionamentos e bloqueios mentais. Temos uma ideia errónea sobre quem somos, pensando ser algo limitado, condicionado pelo tempo, espaço e circunstâncias. E isto traz-nos sofrimento sob a forma de medos, ansiedades, inseguranças, raiva e outras perturbações mentais. Estas perturbações mentais condicionam a própria mente e por extensão o nosso corpo energético e físico. Neste sentido, a prática do Haṭha Yoga ajuda-nos a dissolver essas couraças físicas, energéticas e mentais, criando um corpo-mente novo, mais disponível e preparado para escutar o ensinamento de Vedānta.

A prática é assim uma oportunidade para estarmos connosco mesmos, observarmos como lidamos com o nosso corpo e mente, com suas sensações e pensamentos, com suas facilidades e dificuldades. E todo este processo de aprimoramento e refinamento acontece num pequeno espaço no chão da nossa casa, no nosso tapetinho de prática :)

         Das muitas formas de Haṭha Yoga que hoje existem pelo mundo fora algumas das mais conhecidas são: Iyengar Yoga, Aṣṭāṅga Vinyāsa Yoga, Yoga Dinâmico, Vinyāsa Yoga, Power Yoga, śivānanda Yoga e o Viniyoga.


segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

DEAD CAN DANCE - RAKIM

Esta foi a primeira música que ouvi quando comecei a praticar Yoga... há quase 11 anos atrás. Parece que foi ontem :)


quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

PRÁTICA INTENSIVA DE YOGA




Estão de regresso as práticas intensivas de Yoga no Cey - Centro de Estudos de Yoga :)

Estas práticas acontecem 1x por mês, num domingo, entre as 10h e as 13h. A primeira prática deste ano lectivo será no próximo dia 18 de Dezembro.

A proposta é aprofundar mais a prática do Yoga e a sua vivência. As práticas têm a duração aproximada de 2h30 e a restante meia hora servirá para esclarecer dúvidas em relação à prática e, se for o caso, em relação à própria prática pessoal dos praticantes. Estas práticas intensivas visam também estimular a prática pessoal e dar mais ferramentas aos praticantes para poderem aperfeiçoar ou mesmo criar uma prática pessoal em casa.

As práticas intensivas são de Hatha Yoga e têm como pano de fundo o ensinamento de Vedanta, de acordo com aquilo que tenho aprendido com o meu mestre, Swami Paramarthananda. 

A prática é constituída por:

Aquietamento inicial - onde o praticante se prepara para a prática, estabilizando e relaxando o corpo, respiração e mente.

Shanti Mantra inicial- ajuda a estabilizar a mente, criando uma harmonia entre todos os praticantes e sintonizando-nos com a Tradição do Yoga.

Shat Karma - as técnicas de purificação (que purificam o corpo e o preparam para os ásanas)

Ásana - posturas físicas que vão trabalhar o corpo, conferindo-lhe mais flexibilidade, alongamento, força e resistência. A prática dos ásanas compreende os importantes princípios de:

1 - Alinhamento
2 - Vinyasa (casamento entre o movimento e a respiração)
3 - Ujjayi pránáyáma (respiração sussurrante)
4 - Bandhas (fechos energéticos que ajudam a conservar a energia que vamos gerando na prática e ainda garantir um melhor alinhamento nas posturas)
5 - Drshtis (fixação do olhar em determinado pontos para manter a mente focada)

Relaxamento - relaxamento profundo do corpo-mente, assimilação do que foi feito antes e preparação para a fase seguinte da prática.

Pránáyáma - regulação da energia (prána) através de exercícios respiratórios.

Meditação - Ao longo dos próximos meses abordaremos quatro tipos de meditação: 

1 - Relaxamento
2 - Concentração
3 - Expansão
4 - Valores

Shanti mantra final - invocamos o mantra final para que haja felicidade e paz em todos os seres e reverenciamos e saudamos toda a linhagem de professores, graças aos quais o conhecimento do Yoga chegou até nós.



O preço destas práticas é de 10 euros (alunos do Cey) e 15 euros (não-alunos).

Os interessados devem reservar a sua vaga até dia 16 de Dezembro, sexta-feira.

quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

SAT SANGA DE NATAL DO CEY


Sábado, 10 de Dezembro
a partir das 19h


Jantar Vegetariano e convívio


SUGERIMOS QUE CADA PESSOA TRAGA:
- Doce ou salgado vegetariano.
- Alimento vegetariano não perecível (arroz, massa, azeite, leguminosas, etc.) para doação a famílias carenciadas.
- Amigos e/ou familiares.


CONFIRME A SUA PRESENÇA ATÉ DIA 9 DE DEZEMBRO


terça-feira, 29 de novembro de 2011

MEAT THE TRUTH - Uma verdade mais que inconveniente

Video muito interessante que nos explica como a indústria pecuária é a responsável nº1 pela poluição no planeta. 
Podemos fazer reciclagem, não deitar papéis para o chão e ter carros eléctricos... Mas se continuarmos a devorar animais... bye bye planeta Terra!


quarta-feira, 23 de novembro de 2011

Tina Turner - Sarvesham SvastirBhavatu



Oṁ sarveṣāṁ svastirbhavatu / sarveṣāṁ śāntirbhavatu
Sarveṣāṁ pūrṇaṁ bhavatu / sarveṣāṁ maṅgalaṁ bhavatu

Oṁ. Que todos sejam prósperos. Que todos tenham paz.
Que todos tenham plenitude. Que todos sejam felizes.


quinta-feira, 17 de novembro de 2011

OS MÉTODOS TRADICIONAIS DE YOGA


Este texto é a continuação do texto intitulado "Yoga e a busca da felicidade"



Jñāna Yoga



        Dentro da tradição védica o conhecimento do Eu, chamado de ātma jñāna, é passado na forma tríplice de śravaṇam, escutar o ensinamento, mananam, remover dúvidas sobre o que foi escutado e nididhyāsanam, assimilação do ensinamento. Este ensinamento, tradicionalmente, é escutado dum professor competente que deve ser ao mesmo tempo um śrotriyam, versado no ensino das escrituras e do sampradāya (método de ensino) e um brahmaniṣṭham, aquele que está firme em Brahman (o Todo), que conhece a natureza de si mesmo, aquele que sabe de forma absoluta “Eu sou um ser completo”.

Para ātma jñāna é necessário o instrumento ou meio de conhecimento adequado. Vedānta (também chamado de Jñāna Yoga) é o nome do meio de conhecimento que, através do uso adequado da palavra, revela a natureza do ser essencial que eu sou. E para que o ensinamento de Vedānta faça sentido e remova a ignorância é necessária a adequada preparação por parte do estudante.

Desta preparação fazem parte o Karma Yoga e o Upāsana Yoga (também conhecido como Rāja Yoga).




Karma Yoga

Karma Yoga consiste em agir de forma apropriada e em ter a atitude apropriada em relação aos resultados das acções. Agir apropriadamente significa colocar as nossas acções ao serviço dos demais seres, reduzindo aquelas que fazemos apenas para benefício próprio. Desta forma, tornamo-nos menos consumidores e mais contribuidores neste mundo.

A atitude apropriada em relação aos resultados das nossas acções é experienciar tudo, seja agradável ou desagradável, bom ou mau, prazeroso ou doloroso como Īśvaraprasāda, graça/bênção/oferenda do Absoluto. Uma vez que aceitamos todas as experiências como Īśvara Prasāda, não reagimos a essas experiências, nomeadamente as desagradáveis. Sabemos aceitar tudo aquilo que nos acontece na vida e desenvolvemos uma capacidade para lidarmos com as vicissitudes do quotidiano. Assim, naturalmente, a mente estará mais calma, serena e equânime, samatvam, enquanto actuamos e recebemos o resultado das nossas acções.



Upāsana Yoga

Upāsana Yoga é uma disciplina para integrar a personalidade do ser humano. Integrar corpo, palavra, órgãos dos sentidos e a mente. Este tema é elaboradamente discutido no Aṣṭāṅga Yoga de Patañjali, nos conhecidos Yoga Sūtras. Para que corpo, palavra, sentidos e mente funcionem em conjunto e com um mesmo propósito é necessária uma certa disciplina. É aqui que entra, por exemplo, a prática da meditação. A meditação é um dos melhores métodos para disciplinar a mente e preparar o estudante para o ensinamento de Vedānta, conferindo-lhe uma mente relaxada, concentrada, com capacidade de expansão para se identificar com o Todo e com valores.



Bhakti Yoga

O Bhakti Yoga não é, na realidade, um quarto tipo de Yoga. Bhakti é a relação que o indivíduo estabelece com o Todo, com a inteligência que permeia todo este universo. Bhakti é a atmosfera onde os outros três Yogas se praticam. O Bhakti Yoga não é uma disciplina que se pratica separadamente. Karma, Upāsana e Jñāna Yoga praticam-se imbuídos de bhakti. No Karma Yoga dedicamos todas as acções ao Todo (Īśvara) e aceitamos os resultados sem resistência, com agrado, como Īśvara prāsada. Um karma yogi tem que ter bhakti, sempre. No Upāsana Yoga meditamos sobre Īśvara para desenvolver disciplina mental e integração. E no Jñāna Yoga questionamos sobre a nossa verdadeira natureza e a natureza de Īśvara. A realização de si mesmo não é nada mais do que a realização do Todo.




          Tradicionalmente, estes quatros métodos de Yoga não são praticados separadamente. Não se pode dizer que certa pessoa pratica Karma Yoga e outra Jñāna Yoga. Estes Yogas são complementares e todos os praticantes terão que passar por eles, com menor ou maior intensidade, em determinada altura da sua vida. Jñāna Yoga é o instrumento que nos dará o conhecimento sobre a nossa natureza real; Karma e Upāsana preparam-nos para escutar o ensinamento em Jñāna Yoga; e o Bhakti Yoga é a relação que estabelecemos com o Todo, do qual fazemos parte.


terça-feira, 15 de novembro de 2011

sexta-feira, 11 de novembro de 2011

FACE YOGA?!?!

Não há limites para a imaginação humana... Hoje em dia o nome Yoga serve para tudo! Até para isto:


Ridículo!!!

segunda-feira, 7 de novembro de 2011

SWAMIJI INICIANDO UM MENINO NOS ESTUDOS



Aksharabhyasam é um ritual védico que marca o início da aprendizagem da criança. Akshara significa letras. Abhyasam é o treino, a repetição,  a prática. O professor ensina a criança, normalmente com menos de 5 anos, escrevendo as letras em grãos de arroz. 

Neste caso, o Swamiji escreve com a criança alguns mantras auspiciosos...



segunda-feira, 31 de outubro de 2011

FOTOS DO RETIRO DE YOGA, Outubro de 2011

Algumas fotos do último retiro de Yoga no Centro 4Ventos, Mafra, que aconteceu entre os dias 21 e 23 de Outubro.








segunda-feira, 24 de outubro de 2011

YOGA E A BUSCA DA FELICIDADE



Definir o que é o Yoga não é uma tarefa fácil. Hoje em dia a palavra Yoga serve para inúmeras coisas e a maioria delas com um fim bem distante da visão tradicional. Para compreendermos o que é o Yoga temos que entender o seu contexto, saber qual a sua proposta original, para que serve, e depois estudá-lo e praticá-lo com um professor que conheça profundamente esta tradição e seja um exemplo coerente daquilo que ensina.


Nos dias que correm, o Yoga pode ser associado a exercícios de contorcionismo, levitação, método para aliviar o stress e curar maleitas, ou simplesmente uma seita religiosa, estranha e mística. Encontramos por esse mundo fora, especialmente no ocidente, variadíssimos estilos de Yoga, alguns bastante intrigantes como “Yoga para cães” ou “Yoga Facial”, tudo em nome do business, tudo para encher os bolsos de empresários que se vestem de “gurus espirituais”. O Yoga não é isto!

O Yoga não é tão-pouco uma prática ou um conjunto de técnicas, ou mesmo uma filosofia e muito menos uma teoria. O Yoga é, na verdade, uma cultura que abrange práticas, ensinamento, valores, uma forma de estar, de agir e observar o mundo e a nós próprios. Fundamentalmente, o Yoga existe para responder à pergunta: Quem sou eu?

Quem sou eu? Porque estou aqui? Qual o sentido da vida? Como ser feliz? São perguntas que, mais cedo ou mais tarde, todo o ser humano se coloca a si próprio. E apenas o ser humano faz estas perguntas, pois apenas o ser humano possui o livre arbítrio e a liberdade para se fazer essas perguntas. É isto que distingue o ser humano dos demais seres vivos, uma particularidade única que faz toda a diferença: a capacidade de escolha.



A BUSCA DA FELICIDADE

O ser humano tem a capacidade para questionar, para julgar, para decidir, para mudar, para agir, não agir ou agir de forma diferente em determinada situação. Isto é um privilégio. Mas ao mesmo tempo, é a raiz das suas indecisões, inseguranças, receios, etc. O que fazer com esta liberdade?

Todos os seres humanos buscam essencialmente o mesmo, felicidade. Todos nós queremos estar bem, em paz e felizes, não apenas num determinado momento ou local, mas sim em todos os momentos, em todos os lugares. Uma paz e felicidade que sejam plenas, não limitadas por espaço, tempo ou circunstância.

Os restantes seres vivos, programados pelos seus instintos, satisfazem-se com as necessidades básicas: comida, abrigo, procriação e pouco mais. Mas o ser humano não se sente realizado com isto. Se já temos uma casa, um dia ambicionaremos uma casa maior, ou mais apetrechada, ou num local mais aprazível. Não nos limitamos a comer, se temos possibilidade procuramos uma comida mais requintada num restaurante gourmet. Precisamos de roupas para proteger o nosso corpo, mas não nos vestimos apenas para isso, vestimo-nos para nos sentirmos bem. Nós enchemos um guarda-fatos com centenas de peças de roupa com cores variadas e formatos bizarros, na esperança que isso nos traga satisfação.

Procuramos segurança, felicidade e plenitude em todas estas coisas. Buscamos segurança numa casa, prazer numa viagem a um país exótico ou numa experiência alternativa, e ansiamos pela pessoa (a chamada cara-metade) que nos preencha este vazio que sentimos. Vivemos assim toda a vida, procurando a felicidade no mundo dos objectos, experiências e relações. A pergunta pertinente que se coloca é: Sou feliz? Sinto-me completo? Em paz? Sempre? E se não sou, será possível algum dia ser sempre feliz e sentir-me completo?

Temos duas opções: ou a nossa natureza real é insatisfação, infelicidade e assim, por mais que façamos, por mais que busquemos no mundo, o melhor que conseguiremos serão momentos fugazes de prazer; ou a nossa essência é, na realidade, plenitude, já somos completos e felizes. Se a nossa natureza real for insatisfação, para quê esta busca de felicidade? Se somos essencialmente um ser incompleto e insatisfeito, então deveríamos sentir-nos bem tal como estamos. Neste caso, para que serviria o Yoga?


Ora, o ser humano procura desesperadamente por felicidade, em tudo o que faz na vida. Queremos estar bem, sempre. Porquê? Porque não aceitamos esta sensação de limitação, de incompletude. E isto acontece porque todos nós já tivemos momentos de plenitude, aqueles momentos em que tudo está bem, não precisamos de mais nada, tal como somos basta-nos. Isto faz-nos buscar a tal felicidade permanente. E só quando o conseguirmos é que poderemos viver em paz. Em sânscrito existe uma palavra que define este estado de felicidade e liberdade permanente: mokṣa. Mokṣa é liberdade da dependência do mundo, seus objectos, experiências e relações para ser feliz.



A VISÃO VÉDICA

Se achamos que a felicidade vem com mais e melhores experiências, mais e melhores relações, mais e melhores objectos, é porque ainda não percebemos a intrínseca limitação do mundo: o mundo é impermanente por natureza, muda a todo o momento. Assim, qualquer felicidade que o mundo nos ofereça será sempre limitada, terá sempre um início e consequentemente um fim. Esta não é a felicidade que procuramos. Se a felicidade permanente não se encontra no mundo então onde está?

A solução que o Yoga nos apresenta é: nós já somos completos! Apenas não o reconhecemos graças à ignorância. E se a causa do problema é a ignorância, a solução só pode ser o conhecimento. Que conhecimento? O auto-conhecimento, o conhecimento do Eu.

Este conhecimento é encontrado nas escrituras mais antigas da humanidade: os Vedas. A época em que os Vedas foram compostos não é certa, julga-se terem bem mais de cinco mil anos, apesar de só terem sido passadas para o papel mais tarde. E é nestas escrituras que encontramos pela primeira vez o Yoga. O Yoga faz parte desta tradição védica.


quarta-feira, 19 de outubro de 2011

terça-feira, 4 de outubro de 2011

4 DE OUTUBRO - DIA MUNDIAL DO ANIMAL

Dia 4 de Outubro comemora-se o dia mundial do animal. Um pouco por todo o lado vão realizar-se, com certeza, campanhas, manifestações, debates, etc., para sensibilizar as pessoas sobre a importância de respeitar e cuidar dos animais. 

Mas, a grande questão que se coloca, a meu ver, é:





Sim, porquê?

Ou achamos que animais são apenas os cães, gatos e periquitos?

Acho muito bem que se cuide dos cães e gatos e tudo o mais. Mas como podemos cuidar de uns e comer e maltratar outros? Como se nem animais fossem? Como se fossem simplesmente objectos de consumo?

Antes de colocarmos o garfo à boca, talvez seja melhor pensarmos duas vezes se realmente precisamos de nos alimentar do sofrimento animal... Nós temos a escolha. E podemos escolher uma opção que cause menos sofrimento e que seja mais ecológica.


INTENSIVO DE YOGA no Espaço Purana, Lisboa


segunda-feira, 26 de setembro de 2011

HORSE YOGA

Infelizmente a palavra Yoga serve para tudo, hoje em dia... Pobres cavalos, já não basta andarmos em cima deles... ridículo! 




quarta-feira, 21 de setembro de 2011

COMO TER UMA MENTE EQUÂNIME?



Na Bhagavad Gītā, Kṛṣṇa, explicando o tema Karma Yoga, ensina-nos que Yoga (neste contexto) significa samatvam. Samatvam significa equanimidade, um estado mental onde a mente está equilibrada, imperturbável, independentemente dos altos e baixos da vida. Esta mente equânime é um instrumento essencial para lidarmos com as situações do dia-a-dia de forma mais efectiva.

Neste sentido, Yoga é entendido como a atitude apropriada. Atitude apropriada enquanto realizamos acções e, principalmente, na hora de receber os resultado das acções.

A pergunta surge: como adquirir esta mente equânime? O Svāmi Paramārthānanda ensina-nos que, para ter uma mente equilibrada, é necessário cultivar certos hábitos. Quatro importantes hábitos são:


     1)      Aceitação

Ao longo da vida temos que realizar diversas acções, algumas fazemos com satisfação, outras com relutância. Da mesma forma, podemos receber os resultados das acções com alegria ou com raiva e tristeza. E assim surge a tendência para etiquetar certas acções e seus resultados de agradáveis e outras de desagradáveis.

Existem inúmeras coisas na vida que não conseguimos controlar, coisas sobre as quais não temos escolha. São um facto. O corpo que temos envelhece a cada momento, é um facto. O passado não pode ser mudado, é um facto. Podemos escolher as nossas acções, mas não podemos escolher os seus resultados, uma vez que estes dependem de um sem número de factores. Isto é um facto. E se é um facto, a única atitude saudável a ter é aceitar.

Devemos aprender a aceitar todo o tipo de acções e também o seu resultado. Uma aceitação pacífica que nasce de uma compreensão: tudo aquilo que experienciamos é um presente do Todo e tudo o que nos acontece na vida serve para o nosso crescimento espiritual.



 2) Não comparação

A comparação com os demais ou até mesmo connosco mesmos (por exemplo em relação a coisas que fizemos no passado), cria problemas. Muitas vezes comparamo-nos com os outros e sentimo-nos, de alguma forma, inferiores ou menos sortudos em relação a eles. Temos dificuldade em aceitar aquilo que temos porque achamos que os demais têm algo mais. E isto perturba a mente.

Nós até podemos aceitar aquilo que temos com agrado mas quando julgamos que o outro tem algo que nós não temos, ficamos chateados, com raiva, e sofremos. Outras vezes, a comparação surge em relação a nós mesmos, quando nos damos conta que, hoje em dia, não conseguimos fazer ou ter coisas que no passado eram um dado adquirido.

Assim, é importante aprender a evitar a comparação, seja na hora de realizar uma acção, seja na hora de desfrutar do resultado.




3)  Humildade

Se temos a capacidade para realizar certas acções e, especialmente, acções nobres, essa capacidade foi-nos dada. Aliás, devemos lembrar-nos que, todas as nossas capacidades, habilidades, talentos nos foram dados. A inteligência que temos, a capacidade para ter ideias e realizar acções foi-nos dada. E se desenvolvemos uma determinada capacidade graças ao nosso esforço e empenho, essa capacidade de aprender e de nos empenhar também nos foi dada.

Dada por quem? Pelo Todo, pelo Absoluto (Īśvara). Assim, sentirmo-nos orgulhos por ter determinada habilidade ou talento não passa de uma grande tolice, de falta de uma visão mais global. Humildade é então um hábito importante a ser cultivado.




4) Devoção

Devoção, dentro da Tradição do Yoga, é dedicar todas as nossas acções a Īśvara, como oferendas. E receber tudo aquilo que nos acontece na vida como um presente, uma bênção do Todo. Qualquer que seja o resultado, qualquer que seja a situação, agradável ou desagradável, nós recebemos com agrado. Não criamos resistência, não julgamos, não criticamos.

Tudo aquilo que experienciamos na vida é um resultado das nossas acções passadas (positivas e negativas). Assim, não existe uma vida injusta, nem um Deus injusto.

Tudo aquilo que recebemos na vida (especialmente as situações difíceis) servem para crescermos espiritualmente, tornando-nos em pessoas melhores.

segunda-feira, 19 de setembro de 2011

CAMPEONATO MUNDIAL DE... JALA NETI!!!

IMPERDÍVEL!!!



Uma coisa é a técnica de limpeza nasal Jala Neti, outra coisa é transformar isso num campeonato com direito a federação internacional... E foi isso que aconteceu no fim de Agosto: o Campeonato Mundial de Jala Neti, com direito a várias modalidades.

A regra consiste em sugar água de um recipiente com uma narina e deitar num outro com a outra narina. Quem tiver deitado mais água até o término do tempo determinado, vence. No vídeo acima, o russo Fedor Konyukhov venceu o tricampeonato mundial na categoria 5 litros.

Epa, espectacular! Vou começar a treinar :)

quarta-feira, 14 de setembro de 2011

APENAS UMA RESPIRAÇÃO


Ora aqui temos um belo exemplo de como respirar nas nossas práticas de Yoga.... :)

domingo, 11 de setembro de 2011

HISTÓRIA DOS YOGIS DA CAVERNA


Escrito por Mário Tourita

Há muito, muito tempo, viviam em estado profundo de meditação três yogis numa caverna dos Himalayas. Alimentando-se apenas de prana, tinham ficado em silêncio por cerca de três anos, até que certo dia surgiu um ruído na entrada da caverna.
Um mês e meio depois um dos yogis, rompendo o silêncio, disse: "Acho que passou uma vaca pela entrada da caverna". O silêncio retornou. Dois meses depois, um segundo yogi disse: "Acho que era uma cabra".
O silêncio reinou novamente. Seis meses depois o terceiro, interrompendo sua prática, diz: "Ou vocês os dois se calam imediatamente, ou eu vou-me embora”.

terça-feira, 6 de setembro de 2011

FIVE CAPSULES OF VEDANTA



1
I am of the nature of eternal and all pervading Consciousness

2
I am the only source of permanent peace, security and happiness

3
By my mere presence, I give life to the material body, and through the body, I experience the material universe

4
I am not affected by anything that takes place in the material world and in the material body

5
By forgetting my nature, I convert life into a struggle and by remembering my nature, I convert life into a sport / entertainment 



As summarized by Swami Paramarthananda