segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

A IMPORTÂNCIA DE UMA FAMÍLIA UNIDA



Os estudos dizem que, nos últimos anos, a taxa de divórcio em Portugal (e um pouco por todo o mundo) tem aumentado de forma significativa. Cerca de 60% dos casamentos em Portugal dão divórcio, ao que julgo saber. E isto é preocupante, a meu ver.

Se queremos um mundo unido, um país unido, uma sociedade unida, temos primeiro que começar por ter as famílias unidas. O que esperar de um mundo onde, nem dentro das próprias famílias as pessoas se aceitam e entendem? O que esperar de uma sociedade onde, à primeira dificuldade, as pessoas desistem e separam-se? Será que ainda não percebemos o valor, a importância que é ter uma família?

Já ouvi o meu professor, Swami Paramarthananda, dizer vezes sem conta que viver em família é a melhor oportunidade para trabalharmos os valores e crescermos como pessoas. É a família que põe à prova a nossa paciência, flexibilidade, capacidade de aceitação, não-violência (por acções ou palavras), etc. Swamiji diz também que temos um dever para com a nossa família: temos que cuidar e ajudar os nossos familiares, sempre, e fazer de tudo para permanecermos juntos, até ao fim. Quanto aos pais, ele diz que não há maior contribuição que podemos dar a esta sociedade do que educar bem o nosso filho, para que ele se torne numa pessoa com valores e não numa ameaça à paz social.

E há forma de educar bem uma criança sem uma família unida? Com os pais separados? Um para cada sítio? Puxando o filho para o seu lado? Criando confusão e divisão na criança? Haverá maior tristeza numa criança do que ver os pais separados? Penso que não.

Podemos argumentar que em muitos casos, mais vale separado do que junto e mal. Sim. Mas será que as pessoas fazem tudo para permanecer juntas? Num dia casam-se para sempre, no outro não se podem ver à frente. Num dia amam-se perdidamente, no outro odeiam-se e querem-se mal. Mas o que vai na cabeça das pessoas?

Muito simples: a pessoa não está bem consigo mesma. Quer desesperadamente ser feliz e espera que o outro e as suas acções a façam feliz. Esperamos que o outro nos complete, nos preencha este vazio, esta falta de algo, esta intranquilidade constante. Esperamos que o outro nos agrade, nos dê prazer, nos console. Esperamos que o outro se comporte como nós desejamos. E se não o faz, julgamos e criticamos, muitas vezes criticando nele coisas que nós próprios fazemos, mas não reconhecemos.

O ser humano ainda não percebeu que nada no mundo, e isso inclui objectos, experiências e pessoas, nos pode trazer felicidade. Porque o mundo é impermanente por natureza, muda a todo o instante. Tudo o que experienciamos tem um inicio e um fim, é limitado. E se é limitado, não nos pode dar algo ilimitado, algo permanente: a tal da felicidade!

Ao esperarmos que a pessoa que está ao nosso lado nos garanta essa felicidade e esse bem-estar, estamos a iludir-nos e a criar falsas expectativas. E como seria de esperar, quando as expectativas não se concretizam, o que fica é sofrimento e a maneira mais simples de aliviar este sofrimento é, pensamos nós, separar-nos e partir para outra. O objecto (entenda-se pessoa) já não serve e então troca-se. Está mal, muda-se. Pode ser que outra pessoa, com outras características, com outro visual, com novas piadas, me traga mais felicidade. 

Hoje em dia, devido à internet e redes sociais, nós podemos contactar com centenas de pessoas diariamente. Podemos consultar os seus perfis e vermos qual nos agrada mais. Podemos ir flirtando com este e com aquele, alimentando desejos e ilusões. Ou podemos até, ter um second love. Chegou-se a este ponto: temos um companheiro/a mas, para tornar a vida mais apimentada e sem perder o companheiro que temos em casa,  vamos curtindo com outras pessoas. Open mind não é?

Tudo isto, a meu ver, parece-me coisa de crianças imaturas que nunca estão satisfeitas com os brinquedos que têm e querem sempre mais e mais. Enchemos-nos de ilusões e o resultado, cedo ou tarde, será uma tamanha tristeza e solidão. Não conseguiremos estar em paz connosco próprios.

Não há nada que me deixe mais feliz como filho do que ter os meus pais juntos e felizes. Não há nada que me deixe mais feliz como pai e marido do que ter a minha mulher e filha comigo, unidos e felizes. Se temos dificuldades? Temos. Discutimos? Sim. Implicamos? Sim. Mas tudo isso nos faz crescer. A cada dia que passa crescemos mais, unimos-nos mais, aceitamos-nos mais. Porque sabemos que isso nos fará pessoas melhores, mais maduras. Porque sabemos que a felicidade só depende de nós, como indivíduos. Porque, como seres humanos que somos, queremos ajudar-nos mutuamente a crescer. E porque sabemos que esse é o nosso dever. Isto é um valor para nós!

Sabemos que qualquer problema que tenhamos que enfrentar, aos olhos do universo, é muito pouco relevante. Não fazemos dos problemas do dia-a-dia, tragédias. Fazemos o possível para melhorarmos a nossa capacidade de aceitação e assim podermos evoluir mais um pouco. 

É fundamental as pessoas voltarem a cultivar este valor pela família, por uma família unida e compreensiva. Para uma sociedade melhor, para um país melhor, para um mundo melhor, para sermos pessoas melhores. Mas será que saberemos conduzir a nossa mente, ardentemente ansiosa por novas fantasias, àquilo que realmente interessa: estar em paz consigo mesmo?


quarta-feira, 4 de janeiro de 2012

As Vacas “Felizes”, o Leite e o Queijo




Este texto foi retirado do site www.mudaomundo.org


As vacas leiteiras são os animais mais explorados do planeta: são repetidamente engravidadas à força para produzirem leite, sofrem durante dias a angústia de lhes verem retirados os filhos logo que nascem, são constantemente atormentadas pela maquinaria que as fere enquanto lhes suga o leite que era destinado aos filhos e, no fim, acabam numa "refeição feliz" do McDonald's ou num outro hambúrguer qualquer.

Muitas pessoas julgam que as vacas produzem leite por obra e graça do Espírito Santo, mas a realidade é bem mais mundana.Para manter uma produção ininterrupta de leite, as vacas têm de ser repetidamente forçadas a engravidar e a dar à luz um filho. Costumam ser engravidadas através de inseminação artificial, o que envolve a introdução forçada de um braço no recto da vaca para posicionamento do útero, enquanto um instrumento para depósito do sémen é empurrado pela vagina. Para recolha do sémen, é comum utilizar-se um boi macho castrado a fazer o papel de fêmea, já que uma fêmea não conseguiria aguentar tantas montas consecutivas. O sémen é recolhido enquanto o boi reprodutor é obrigado a montar o boi castrado.

As vacas são animais extremamente sociais e com fortes laços familiares, mas são constantemente obrigadas a ver os filhos recém-nascidos serem-lhes tirados, para que os humanos possam ficar com o leite que era destinado aos seus bezerros. O processo de separação é agonizante e traumatizante tanto para a mãe como para o filho, e é comum ambos gritarem um para o outro enquanto são afastados.Algumas vacas emitem sons de lamento durante vários dias após lhes serem retirados os filhos. Para elas, como para a maioria das mães, não há maior dor que a perda de um filho.

Os vitelos macho filhos das vacas leiteiras não têm nenhuma utilidade para a exploração de leite, pelo que são vendidos para consumo e são castrados para terem uma carne mais tenra. As vitelas fêmea podem ser encaminhadas para consumo ou ficar na exploração para substituírem vacas leiteiras esgotadas.

Por volta dos 6 anos de idade, que seria apenas o princípio da idade adulta na natureza, as vacas estão esgotadas física e psicologicamente, e isso reflecte-se no declínio da produção de leite. Dado que a margem de lucro é para manter, as vacas extenuadas são rapidamente vendidas para abate.

Após terem passado por diversas inseminações forçadas, partos dolorosos, separações angustiantes e ordenhas sem descanso,espera-as agora o aterrorizante matadouro com o seu característico e nauseabundo cheiro a morte. Mas, antes disso, falta ainda passar pelo calvário do transporte para o matadouro. O transporte costuma ser particularmente penoso para as sofridas vacas leiteiras, uma vez que muitas padecem de dolorosas inflamações no tecido mamário (mastite) e de osteoporose. Muitas vacas ficam tão debilitadas, que nem são capazes de andar quando chegam ao matadouro.

No matadouro, as vacas são atordoadas com uma pistola que dispara um êmbolo retráctil que lhes causa uma lesão grave no cérebro e, se tiverem sorte, a perda dos sentidos. Em seguida, são içadas por uma das patas traseiras e degoladas enquanto ainda têm o coração a bater, de modo a que o sangue seja expelido para fora do corpo. Por vezes, as vacas ainda estão conscientes quando são degoladas.

Cada compra de produtos com leite, queijo ou outros lacticínios contribui para esta terrível exploração, independentemente de ser proveniente de pecuária convencional ou pecuária dita “humana”.

Livres de exploração, em santuários, as vacas podem viver vidas felizes durante mais de 20 anos.


Não é possível usar os animais sem abusar deles, por mais que se tente adornar a imagem.