Definir o que é o Yoga não é uma tarefa fácil. Hoje em dia a palavra Yoga serve para inúmeras coisas e a maioria delas com um fim bem distante da visão tradicional. Para compreendermos o que é o Yoga temos que entender o seu contexto, saber qual a sua proposta original, para que serve, e depois estudá-lo e praticá-lo com um professor que conheça profundamente esta tradição e seja um exemplo coerente daquilo que ensina.
O Yoga não é tão-pouco uma prática ou um conjunto de técnicas, ou mesmo uma filosofia e muito menos uma teoria. O Yoga é, na verdade, uma cultura que abrange práticas, ensinamento, valores, uma forma de estar, de agir e observar o mundo e a nós próprios. Fundamentalmente, o Yoga existe para responder à pergunta: Quem sou eu?
Quem sou eu? Porque estou aqui? Qual o sentido da vida? Como ser feliz? São perguntas que, mais cedo ou mais tarde, todo o ser humano se coloca a si próprio. E apenas o ser humano faz estas perguntas, pois apenas o ser humano possui o livre arbítrio e a liberdade para se fazer essas perguntas. É isto que distingue o ser humano dos demais seres vivos, uma particularidade única que faz toda a diferença: a capacidade de escolha.
A BUSCA DA FELICIDADE
O ser humano tem a capacidade para questionar, para julgar, para decidir, para mudar, para agir, não agir ou agir de forma diferente em determinada situação. Isto é um privilégio. Mas ao mesmo tempo, é a raiz das suas indecisões, inseguranças, receios, etc. O que fazer com esta liberdade?
Todos os seres humanos buscam essencialmente o mesmo, felicidade. Todos nós queremos estar bem, em paz e felizes, não apenas num determinado momento ou local, mas sim em todos os momentos, em todos os lugares. Uma paz e felicidade que sejam plenas, não limitadas por espaço, tempo ou circunstância.
Os restantes seres vivos, programados pelos seus instintos, satisfazem-se com as necessidades básicas: comida, abrigo, procriação e pouco mais. Mas o ser humano não se sente realizado com isto. Se já temos uma casa, um dia ambicionaremos uma casa maior, ou mais apetrechada, ou num local mais aprazível. Não nos limitamos a comer, se temos possibilidade procuramos uma comida mais requintada num restaurante gourmet. Precisamos de roupas para proteger o nosso corpo, mas não nos vestimos apenas para isso, vestimo-nos para nos sentirmos bem. Nós enchemos um guarda-fatos com centenas de peças de roupa com cores variadas e formatos bizarros, na esperança que isso nos traga satisfação.
Procuramos segurança, felicidade e plenitude em todas estas coisas. Buscamos segurança numa casa, prazer numa viagem a um país exótico ou numa experiência alternativa, e ansiamos pela pessoa (a chamada cara-metade) que nos preencha este vazio que sentimos. Vivemos assim toda a vida, procurando a felicidade no mundo dos objectos, experiências e relações. A pergunta pertinente que se coloca é: Sou feliz? Sinto-me completo? Em paz? Sempre? E se não sou, será possível algum dia ser sempre feliz e sentir-me completo?
Temos duas opções: ou a nossa natureza real é insatisfação, infelicidade e assim, por mais que façamos, por mais que busquemos no mundo, o melhor que conseguiremos serão momentos fugazes de prazer; ou a nossa essência é, na realidade, plenitude, já somos completos e felizes. Se a nossa natureza real for insatisfação, para quê esta busca de felicidade? Se somos essencialmente um ser incompleto e insatisfeito, então deveríamos sentir-nos bem tal como estamos. Neste caso, para que serviria o Yoga?
A VISÃO VÉDICA
Se achamos que a felicidade vem com mais e melhores experiências, mais e melhores relações, mais e melhores objectos, é porque ainda não percebemos a intrínseca limitação do mundo: o mundo é impermanente por natureza, muda a todo o momento. Assim, qualquer felicidade que o mundo nos ofereça será sempre limitada, terá sempre um início e consequentemente um fim. Esta não é a felicidade que procuramos. Se a felicidade permanente não se encontra no mundo então onde está?
Muito bem,...aqui está um belo exemplo de como as coisas parecem simples,... e que o ser humano consegue transformar no oposto, através da má utilização das ferramentas que tem ao seu dispor.
ResponderEliminarOra aqui está mais um texto igualmente interessante e dentro do tem, que li hoje:
http://www.yoga.pro.br/artigos/1048/3023/tres-passos-para-a-liberdade
Bjs
Cris
Querido Simão,
ResponderEliminarObrigada por partilhares connosco estas palavras simples de pura sabedoria que tanto nos dizem, mas que tanto as ignoramos na vida diária...
Espero que um dia possa realmente encarar o mundo lá fora com esta visão e com este entendimento do meu próprio ser!
Um grande abraço da amiga,
Núria